TÍTULO

CARACTERIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE ATIVIDADE EPILEPTOGÊNICA E MUDANÇAS ANATÔMICAS CORRELATAS EM MODELO DE ABRASAMENTO AUDIOGÊNICO

TIPO

Dissertação de Mestrado

AUTORA

Orfa Yineth Galvis Alonso
e-mail: oygalvis@rfi.fmrp.usp.br

ORIENTADOR

IDIOMA

Português

INSTITUIÇÃO

Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil.

ENDEREÇO PARA CONTATO

Departamento de Fisiologia, FMRP-USP
Avenida Bandeirantes, 3900
14049-900 Ribeirão Preto, SP, Brasil

PALAVRAS CHAVE

Abrasamento audiogênico, kindling, plasticidade, recrutamento límbico, transferência, permanência

AUXÍLIO FINANCEIRO

Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), Fundação de apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (PADCT). DATA DA DEFESA 19 de outubro de 1997.

RESUMO

Introdução e Objetivos: Tem sido mostrada a participação de processos de plasticidade neuronal em cérebros de pacientes e em modelos experimentais de epilepsia. Os modelos mais utilizados são de crises límbicas induzidas por meios invasivos ou que produzem alterações severas que podem mascarar os verdadeiros substratos de processos epileptogênicos. Assim, o objetivo principal deste trabalho foi verificar a apresentação de algumas características do abrasamento límbico em um modelo de crises audiogênicas (CA), integrando análise neuroetológica e avaliação das prováveis mudanças anatômicas correlatas.
Materiais e Métodos: Ratos fêmeas Wistar Audiogenic Rat (WAR) susceptíveis às CA (S; n=9) e Wistar resistentes às CA (R; n=8), foram submetidos a abrasamento audiogênico (AA; 80 estímulos, 2/dia) e divididos em grupos caracterizados pelo intervalo sem estimulação acústica (40, 50, 100, 160 dias). Após o intervalo sem estimulação acústica foram re-estimulados acusticamente uma vez, implantados com eletrodos bipolares na amígdala direita e submetidos a abrasamento da amígdala (AAM; 16 estímulos, 2/dia). Foi realizada análise de seqüências comportamentais dos estímulos inicial, final e re-estímulo. Os cérebros dos animais foram processados para histoquímica de Neo-Timm (0,1% sulfeto de sódio) e Nissl. Foram quantificados níveis de cinza nas imagens adquiridas das secções de Neo-Timm (UTHHSCSA Image Tool Program).
Resultados: 1. O AA recrutou estruturas prosencefálicas, evidenciado pelo aparecimento de comportamentos epilépticos límbicos, mantidos no re-estímulo. 2. O AAM foi facilitado nos ratos S com AA prévio. 3. No Neo-Timm, o hipocampo dorsal não apresentou alterações, apesar do número alto de crises generalizadas que apresentaram os animais. Houve alterações significativas no complexo amigdalóide, córtex perirrinal e piriforme.
Conclusão: Verificou-se a transferência e permanência de atividade epiléptica no modelo de AA. Questiona-se a necessidade do brotamento (sprouting) no hipocampo para a geração de crises límbicas e sugere-se um papel importante do complexo amigdalóide, córtex perirrinal e piriforme, nas alterações apresentadas durante a evolução do AA.